Vendedores Ambulantes


Os vendedores das ruas do Recife já estão, pela raridade, se tornando tipos folclóricos com seus pregões anunciando as mercadorias que vendem.
Não resta dúvida que foram os negros que deixaram o traço cultural de carregar os objetos na cabeça. O índio costuma carregar o fardo, o objeto, nas costas, presa por uma faixa que passa na testa. São famosos nos cais, nos desembarcadouros nordestinos, os “cabeceiros” que equilibram os mais estranhos objetos na cabeça. Costumam usar, dentro do chapéu, panos ou algodão para acomodar melhor o objeto carregado.

O colonizador português foi um viramundo, trouxe da China um traço cultural que ainda está presente no Recife.
Em uma vara, apoiada nos ombros, o vendedor prende um balaio em cada extremidade, por meio de fios. Assim carregam peixes, verduras ou frutas.
Passam, num passo cadenciado, procurando distribuir melhor o peso, cantando o seu pregão:

“Ostra chegada agora...
tá fresquinha...
olha que beleza,
não quer comprar, freguesa...”


Brasil, Histórias, Costumes e Lendas / Alceu Maynard Araújo - São Paulo: Editora Três, 2000
Ilustrações de José Lanzellotti escaneadas do livro: Brasil, Histórias, Costumes e Lendas.
 
 
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