Cantigas de Rixas
 
Cantigas de Rixas:
São as cantigas entre cidades ou clubes rivais, que se desafiam.

Parraxaxá:
Canto de insulto entoado pelos cangaceiros no intervalo das descargas de fuzis contra os soldados das polícias militares. Citando nominalmente os oficiais combatentes, o parraxaxá os agride, apontando covardias e crimes dos adversários, enaltecendo a coragem do bando e as figuras bravias dos chefes bandoleiros. A tradição milenar da agressão verbal durante o combate, de fácil encontro na Ilíada, permaneceu sempre entre os criminosos volantes do Nordeste, tendo cantos especiais, distribuindo apelidos aos contrários, narrando as próprias façanhas de maneira espetacular e façanhuda. Não havia grupo cangaceiro sem um repertório de cantigas contundentes e elogiativas, entoadas nas batalhas furiosas nas caatingas, tabuleiros e carrascais do Nordeste Brasileiro. 

Jaime Griz (Recife) informa da antiguidade do parraxaxá, no sertão de Pernambuco, com o nome de “Canto de Guerra”. Sua solfa e o ritmo das quadrinhas talvez tenham motivado o xaxado (dança), nascido no mesmo ambiente e sob condições idênticas.
“Eu não respeito poliça,
  Soldado nunca foi gente,
  Espero morrer velho
  Dando carreira em tenente.

Aí moleque Higino,
Só tenho para te dá;
A bala do meu rifle,
A ponta do meu punha!”

Folclore Brasileiro / Nilza B. Megale- Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
Dicionário do Folclore Brasileiro - Câmara Cascudo, Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A. sem data
 
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