O Vaqueiro do Marajó


Nos primeiros anos de colonização foi introduzido, na ilha de Marajó, o gado vacum. Conta-se que nos fins do século XIX um navio, que levava para um país vizinho alguns casais de búfalos indianos, naufragou perto da foz do Amazonas. Alguns animais conseguiram sobreviver nadando até a ilha de marajó.
Eles se multiplicaram e os fazendeiros perceberam que eram mais resistentes do que o gado vacum.  Mais zebus indianos foram levados para a região e cruzados com o gado vacum existentes. O resultado foi excelente.

Os fazendeiros constroem suas casas nos lugares altos e firmes. Usam ucupu, madeira que leva séculos para apodrecer.

Os vaqueiros de Marajó são caboclos, mestiços de índios e brancos. Usam chapéu de palha de copa redondo e abas largas. Forram a copa com folhas para se proteger do sol e da chuva. Suas roupas são simples. Camisa e calças próprias para o clima quente. Além do chapéu de palha e da calça de cor clara, o que mais se distingue é a camisa. É a camisa que mostra a classe do vaqueiro de Marajó. Ela é bordada. A fazenda é leve, artisticamente trabalhada.


No inverno começa a enchente. Na ilha os homens cavalgam o boi-de-sela, mais vagaroso mas que conseguem cavalgar com água pelo peito.
A planície imensa fica encharcada de água por longo espaço de tempo. O fazendeiro raramente chega até o teso (parte alta do terreno que fica acima do nível das águas). 
 
No Pará, com destaque para  a Ilha de Marajó, 
está  a maior criação de búfalos do Brasil, cerca de três milhões de cabeças.

Brasil, Histórias, Costumes e Lendas / Alceu Maynard Araújo - São Paulo: Editora Três, 2000
Ilustrações de José Lanzellotti escaneadas do livro: Brasil, Histórias, Costumes e Lendas.
 
 
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