SAIRÉ
O sairé, também chamado toriuna, é uma procissão dançada por ocasião das festas de São João, Santo Antônio, São Tomé e outros santos. Típica do Amapá, dança-se também no Pará e no Amazonas. Cerimônia entre religiosa e profana, foi adotada pelos Jesuítas para atrair os indígenas à Igreja Católica.

Indumentária: As mulheres vestem blusa de gola de renda, saia alva, tendo a maneira aberta para deixar ver a camisa transparente. Trazem flores no cabelo.

Instrumentos musicais: Tamborins, orquestra típica da região.
Sairê, uma comprida cruz, sobre o eixo da qual três semi círculos simbolizam a Santíssima Trindade, é enfeitada de muitos espelhos, malacachetas, fitas e prendas.

Coreografia: A procissão é encabeçada pelo estandarte do respectivo Santo, logo seguido por três mulheres - antigamente eram três meninas virgens - que levam o sairê. Ao ritmo da música, executam obliquamente três passos para a frente, três para trás. Assim avançam lentamente. De vez em quando param para distinguir um dos assistentes, tocando-lhe de leve a cabeça com o sagrado símbolo.
Do arco maior do sairê cai uma longa fita, segura por uma menina que dança saltando em sua volta (sairê em língua tupi significa “corda que gira").
Os fiéis, organizados em três, quatro ou mais filas, uns com as mãos nos ombros dos outros, a procissão percorre as ruas ao som de uma cantiga plangente em língua tupi, cantando e dançando sempre, mesmo depois de chegar diante do altar.
Finda a procissão, a festa ainda continua por mais três dias acabando por degenerar em verdadeira orgia pagã.

Origem: Indígena

Data de registro: meados do século XX (~1950)



Texto extraído de Danças do Brasil / Felícitas. - Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint Ltda., sem/data
 
 
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