PASTORIL
Os bailes pastoris se realizam depois da Missa do Galo, compreendem as pastoras, (ou pastorinhas), o terno e o rancho. São grupos caracteristicamente vestidos que desfilam pelas ruas e visitam casas, onde cantam e dançam em homenagem ao nascimento do Menino Jesus, durante as Festas Jesuínas. Estas comemorações propagaram-se por todo o Brasil, especialmente no Nordeste.

Indumentária: Característica das personagens.

Instrumentos musicais: ganzá, cavaquinho, violão, flauta, viola, trombone, etc.

Coreografia:
Pastoras ou Pastorinhas: São blocos compostos de mulheres, e às vezes também de homens.  Formam dois ranchos ou cordões que recebem o nome conforme a cor das vestimentas - no Nordeste cordão azul e cordão encarnado. São rivais e desfilam pelas ruas até se encontrarem em determinado local, onde ambos cantam e dançam, fazendo exibições em disputa da primazia. O julgamento é feito pelo povo, e a vitória cabe ao que for mais aplaudido. As pastoras levam pandeiros enfeitados de fitas, que tocam em acompanhamento marcando o ritmo e o compasso.  Conduzem, também, lanternas de papel acesas. Outras vezes, usam chapéus floridos, trazendo cestinhas com frutas e flores, que simbolizam oferendas ao Menino Jesus. As personagens são anjos, borboletas, a mestra, a contra-mestra, a diana e o velho. Marcham pelas ruas e param em certos pontos onde cantam e dançam. Na Bahia são chamadas terno ou rancho.

Terno: O terno é composto de pastores e pastoras, uniformizados de branco ou de qualquer outra cor. Apresentam-se de maneira mais aprimorada e vestem-se com mais elegância do que o pessoal do rancho. Os músicos vão na frente. Os participantes formam pares. Os homens conduzem pandeiros e uma flecha com uma lanterna acesa na ponta. As mulheres levam castanholas. Tocam quadrilhas, valsas e polcas, e dançam até o raiar do dia.

Rancho: Tem como característica principal o gosto pelas vestimentas vistosas e variadas. E esta variedade, precisamente, que empresta ao rancho o seu sabor especial, seu fausto, seu esplendor, realçado pela estonteante mistura de cores dos trajes profusamente adornados de lantejoulas e pedrarias. Distingue-se das pastoras e do terno sobretudo por apresentar baliza e porta-estandarte. Exige também um mestre-sala e uma ou duas figuras que dão o nome ao estandarte.  Antigamente, eram o burrinho e o boi do presépio; com o tempo surgiram outras figuras de bichos, sereias, astros e plantas.
A dança do rancho consiste numa luta entre o animal – símbolo totêmico do rancho – e o seu guia, que será caçador no caso da onça; pescador quando o símbolo for peixe. Trata-se, pois de uma pantomima totêmica, o que demonstra a influência indígena.
A dança terminada, o rancho some na escuridão da noite à luz rubra dos archotes fumegantes.

Data de registro: meados do século XX (~1950)
 


Danças do Brasil / Felícitas. - Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint Ltda., sem/data

 

 

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