TIRANA
Canto e dança originários de Espanha e que recebemos por intermédio de Portugal, onde a tirana ainda é baile de rapazes e raparigas, bem animado e cheio de movimento.
No Rio Grande do Sul a tirana era popularíssima, João Cezimbra Jacques, Assuntos do Rio Grande do Sul, 18, Porto Alegre, 1912, julgava-a vinda entre 1822 e 1835. (ver Região Sul: Danças)
José Veríssimo assistiu a cantar e dançar a Tirana numa maloca dos maués, rio Uariaú, afluente do Andirá, no Amazonas, em setembro de 1882:
"Ao som da mesma música e com os seguintes versos, cantados numa toada mole, dançam a Tirana, que não passa de uma espécie de polca com passos meneiados como os do lundu. Eis os versos:
"Eu vi, eu vi, tirana,
Ninguém me contou, tirana,
Meu amor, ingrata, tirana,
Não sei como não morri, tirana".
Bisados os dois últimos versos, voltam a repetir a quadra toda, o que podem fazer cem vezes sem dar amostras de enfado: "Estudos Brasileiros", 69, Pará, 1889.

Sílvio Júlio estudou a origem e modificações da tirana (Revista das Academias de Letras, n.º 39, 40-49, Rio de Janeiro, 1942; "Duas Velhas Danças Gaúchas". Anuário do Museu Imperial, IX, 45-46, Petrópolis, 1948), mostrando que o roteiro da tirana para o Rio Grande do Sul fora por Buenos Aires e que a origem do nome se devia à atriz Maria Rosario Fernandez, La Tirana, sevilhana estabelecida em Madrid desde 1773.



Dicionário do Folclore Brasileiro - Câmara Cascudo, Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A. sem/data
 
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