O SOM
Os primeiros sons do boi-bumbá foram feitos com tambores, surdos e caixinhas, instrumentos de sopro, como sax e clarinete, e rabecões (grandes violinos no formato de rabeca). Lindolfo Monteverde, fundador do Garantido, era então conhecido pela potência da voz, num tempo em que não existiam amplificadores.
Com o passar do tempo, ficaram apenas as palminhas (instrumento feito com dois pedaços de madeira) e os tambores. Vieram os tambores treme-terras, do tamanho de barris de petróleo. Na década de 80, retornava a Parintins o compositor e instrumentista Fred Góes, que integrou o grupo Raízes de América, sucesso na América Latina, trazendo o charango, instrumento andino feito de cordas colocadas sobre o casco do tatu.
Conhecido como toada do boi-bumbá, o som se baseia nas batidas de surdos de 1 metro de altura, os treme-terras, e nas influências dos ritmos indígenas defendidos por instrumentos como o pau d'água, um bambu que simula o barulho da chuva, e o xeque-xeque, espécie de maraca.

Os grupos Caprichoso e Garantido se transformaram numa miscelânia cultural que envolve o bumba-meu-boi do Maranhão, a cultura afro-brasileira, as lendas indígenas e o peculiar modo de vida do cabloco amazônico.

Com 2.500 componentes cada um, divididos em alas, aqui chamadas de tribos, as agremiações revivem a lenda de Pai Francisco, que teria matado o boi de seu patrão para satisfazer o desejo de sua mulher grávida, Catirina.



Textos e imagens extraídas da revista "Música de Verão 3 - Boi-Bumbá" da Editora CARAS S.A.
 
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