LUNDU ou LUNDUM
Dança já popular em Portugal no séc. XVI, citada deste 1780 como "dança licenciosa e indecente", o lundu apareceu em fins do séc. XVIII, como canção acompanhada de viola, tanto no Brasil como em Portugal.
Por volta de 1830, com harmonização erudita, invadiu os salões da elite carioca na forma de canção ou dança. A moda, que teve seu apogeu em fins do séc. XIX, durou até a década de 1920, quando o lundu, fundido com outras danças, como o tango e a polca, deu origem ao maxixe.
O ator Xisto Bahia compôs e interpretou célebres lundus.

O Lundu é uma dança sensual de origem africana. Em princípio, foi uma dança lúbrica e ardente
dos negros, tendo depois passado para os salões com feição brejeira, afinal se perdendo na
transformação incessante de novas formas.

Instrumentos musicais: bandolim.

Coreografia: o Lundu é acompanhado por bandolim. Não é usado o acompanhamento por canto.
Seu ritmo é de 6/8, e de motivo animado, lembrando a dança escocesa.
Os componentes desta dança acham-se sentados em torno de uma sala à espera do início do
folguedo. Uma mulher levanta-se e dirige-se para o centro do circulo, com passos provocantes.
Um homem sente a sua atenção despertada pelos seus requebros e segue seus movimentos. Os
instintos entram em ebulição. E a volúpia apodera-se dos dançarinos em escala crescente. E
dançam em volteios sensuais até que a mulher, desfalecendo, cai nos braços do homem, e cobre
o rosto com seu lenço, para ocultar a sua emoção.

Outra modalidade do Lundu é dança de roda, muito apreciada na Ilha de Marajó e nos arredores
de Belém, no Estado do Pará. Tomou o nome do instrumento de percussão usado pelos negros.
É de origem africana e, pode-se dizer, dançada exclusivamente por mulheres, uma vez que os
homens apenas fazem parte da roda.

Indumentária: saia bastante rodada, de estampados vivos.

Instrumentos musicais: tambores, pandeiros, e às vezes instrumentos de corda.

Coreografia: homens e mulheres formam um circulo. Uma moça entra na roda e dança, evoluindo
em graciosos volteios, arregaçando a saia em movimentos rápidos. Depois de longas voltas,
suspende a saia e fá-la descer sobre a cabeça de um dos homens. Com isto põe fim a dança,
provocando hilaridade geral.

Origem: Africana
Data de registro: meados do século XX (~1950)



Sociedade e Cultura – Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo: Nova Cultural, 1995.
Danças do Brasil / Felícitas. - Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint Ltda., sem/data
 
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