BAIÃO (BAIANO)
O Baião é uma dança cantada. Criação nordestina, resultante da fusão da dança africana com as
danças dos nossos indígenas e a dos portugueses colonizadores, refletindo na sua composição o
caldeamento destas três raças.

O Baião, anteriormente conhecido como Baiano, por influência do verbo “baiar”, forma popular
de bailar, baiar, baio (baile), na opinião do mestre Joaquim Ribeiro, sempre foi apreciado e
praticado no Nordeste; depois foi-se difundindo por outras plagas e por fim atravessou com
sucesso as fronteiras do País. A natureza do Baião não sofreu nenhuma transformação em sua
peregrinação para outras regiões. Apenas foi alterado em sua forma na migração para o Sul do
País, visto que: após a execução do Baião, o dançarino convida outra pessoa para o substituir com
uma umbigada, enquanto no Sul o convite ao substituto é assinalado com um estalar de dedos, à
guisa de castanholas, em direção ao escolhido.

O Baião é formado dos seguintes passos: balanceios; passos de calcanhar; passo de ajoelhar;
rodopio.
O Baião é dançado em pares.

Indumentária: Damas - vestido de chita ordinária com babados na saia, amplo decote e mangas
curtas; sandálias coloridas.
Cavalheiros – calça de brim claro; camisa comum; sandálias de couro cru.

Instrumentos musicais: agogô, triangulo e sanfona.

Coreografia: os dançarinos e dançarinas formam-se em círculos, sentados ou em pé. Dançam aos
pares no centro da roda. A dança consiste em movimento do ventre e sapateado, e a umbigada
constitui a principal marcação do folguedo. A coreografia do Baião é individual e composta de
dança cantada. A dança é executada com balanceios lascivos, rodopios, estalar de dedos e
movimentos dos braços.
O ventre e os pés desempenham relevante papel na coreografia do Baião. O remelexo é executado
com movimento do ventre, com sapateado típico, enquanto os braços se conservam abertos. Outra
posição consiste em ficar o dançarino com o calcanhar para frente e a ponta dos pés para cima.

Passos mais conhecidos:

Balanceio: passo à frente com perna esquerda, flexionando-a ligeiramente sem apoiar o pé; o
mesmo procedimento com a perna direita, mudando o peso do corpo para a perna que fica atrás.
Em cada mudança faz um balanceio, ficando as pernas semi-flexionadas e o tronco acompanhando
o movimento. Reinicia-se o passo levando a perna de trás para frente. O cavalheiro executa esse
passo segurando com a mão direita o punho esquerdo atrás do corpo, à altura da cintura. A dama
coloca o braço esquerdo na perna e avança. A palma da mão para baixo. A outra mão apóia-se
nos quadris. Olhar sempre à frente.

Passo de calcanhar: o calcanhar esquerdo apoiado obliquamente à frente; perna estendida;
inclinando o tronco e a cabeça para a esquerda. Em seguida unir o pé direito ao esquerdo,
levantando o tronco e a cabeça. Depois apoiar o calcanhar direito obliquamente à frente, unir o
pé direito como foi dito, então, cruzar as pernas, a esquerda atrás da direita levemente flexionada,
apoiando o pé pela ponta, inclinado o tronco e a cabeça para a direita. Um passo oblíquo à frente,
com o pé esquerdo, unindo a perna direita à esquerda e voltando a posição normal.

Passo de ajoelhar: saltitando, caindo sobre a perna esquerda, flexionando e apoiando o pé
lateralmente. Aproximam-se os punhos como a comprimi-los quando unem-se os pés, e
colocando-os obliquamente para a frente, enquanto a perna direita fica estendida obliquamente
para trás. Os braços ficam sempre levantados para frente. A seguir, sempre saltitando, coloca-se
a perna direita em diagonal à frente e a esquerda para trás, volvendo a perna direita junto com a
cabeça para o lado esquerdo. Ao mesmo tempo ajoelha-se.

Rodopio: cruzando a perna direita na frente da esquerda, flexionando ao mesmo tempo que
movimenta a cabeça e tronco, cruzando os braços pendidos na frente do corpo. Iniciar com um
giro pela direita, elevando-se gradativamente o tronco, a cabeça e os braços, que abrem em forma
de arco oblíquo para cima, enquanto as pernas se estendem. O giro é feito sobre o pé direito que
se desloca, movimentando-se no lugar sobre a ponta, enquanto o esquerdo na fase final se coloca
em afastamento lateral. Rodopio. Em seguida levar a perna direita para junto da esquerda,
apoiando-se à ponta do pé e fazendo com ambas uma semi-flexão seguida de extensão. Balanceio
com movimento dos quadris. Trejeito com pequeno afastamento para a frente apoiando o dorso
das mãos nos quadris, cotovelos ligeiramente para frente balançando-se sobre as pernas e fazendo
rotações com o corpo ora para a direita, ora para a esquerda. Depois, um pequeno afastamento
para frente, flexionando lentamente as pernas com o cotovelo esquerdo na mão direita.

Origem: Mista



Danças do Brasil / Felícitas. - Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint Ltda., sem/data
 
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