O Monjolo e o Pilão
O habitante do meio rural procura morar nas proximidades do rio, riacho, lugar onde haja água. Se ele é plantador de milho terá uma das mais prestativas máquinas: o monjolo.

Dizem que o monjolo veio da China. Mas ele foi introduzido no Brasil pelos portugueses.
Braz Cubas introduziu o monjolo em Santos – São Paulo.
O monjolo trabalha no Brasil desde a época colonial. É uma máquina rudimentar, movida a água, constando de duas peças distintas: o pilão e haste.
O pilão é escavado na madeira, com fogo. Depois é aparelhado com formão. A madeira usada é a peroba, a canela preta ou o limoeiro.
 

Monjolo
Pilão manual
No pilão coloca-se o milho, arroz, café ou amendoim, para socar.
A haste do pilão também é feita de uma madeira dura: maçaranduba, limoeiro, guatambu, canela preta ou peroba. A haste compõe-se de duas peças: a haste propriamente dita, onde está escavado o cocho, a mão do pilão e a forqueta, onde se apóia a haste, é chamada de “virgem”.

A água movimenta o pilão. A água, que chega através de uma calha, cai no cocho e quando este fica cheio abaixa com o peso da água elevando a haste. Assim que a água escorre a haste desce pesadamente, socando o que esteja no pilão.
Chamam de “inferno” o poço que fica sob o “rabo” do monjolo... é um inferno de água fira.

Vários são os tipos de monjolos: de martelo, de roda, de pé, de rabo, de pilão de água.
O monjolo é o “trabalhador sem jornal”... como diziam antigamente, sem nenhum ganho.
Os caipiras diziam: “trabalhar de graça, só monjolo”.

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Brasil, Histórias, Costumes e Lendas / Alceu Maynard Araújo - São Paulo: Editora Três, 2000
Ilustrações de José Lanzellotti escaneadas do livro: Brasil, Histórias, Costumes e Lendas.