A raiz da mandioca brava é arrancada e levada e levada da roça à Casa da Farinha em samburás (cestos feitos de cipó ou taquara). Começa então o trabalho feminino de raspar a mandioca, tirar aquela espécie de casca cor de terra. Depois de raspada a mandioca é entregue à raladeira. Os homens movem o ralador e a mulher vai enfiando a mandioca cautelosamente no caititu. Existem diversas prensas, as roscas de sem fim (as de arataca, as de arrochador) que comprimem o tipiti, tirando o líquido. O líquido decantado dá a goma do polvilho e o polvilho é usado também na alimentação (biscoitos, sequilhos de polvilho...) Os blocos de massa de mandioca retirados da prensa são desfeitos e passados numa urupemba (peneira), deixando a massa pronta para ir ao forno. Algumas pessoas preferem deixar a massa "dormir" antes de ir para o forno, para ficar mais saborosa. Outras torram-na no mesmo dia e está pronta a farinha de mandioca.
A farinha de mandioca é usada como alimentação básica de muitos nordestinos. Quando se fala em Pernambuco logo se pensa em canaviais e engenhos. Entretanto, muitos se esquecem da Casa da farinha. |
|
Brasil, Histórias, Costumes e Lendas / Alceu Maynard Araújo - São Paulo: Editora Três, 2000
Ilustrações de José Lanzellotti escaneadas do livro: Brasil, Histórias, Costumes e Lendas.