Fumo de cachimbo
Composto de misturas de fumos especialmente preparados para o consumidor exigente, é fornecido desfiado em bolsa e pode ser artificialmente aromatizado com baunilha, cumaru (leguminosa muito perfumada, rica em cumarina), chocolate, extratos de frutas e outros compostos olorosos, segundo fórmulas secretas.
Fumo de corda ou fumo de rolo
É comercializado em longas cordas, comumente de cor negra, pela riqueza de nicotina, que pesam em média de 3 a 5kg enroladas em um pau. As variedades cultivadas pertencem ao grupo crioulo, como goiano, azulão, Jorginho, além de muitas outras, com nomes regionais. As folhas, grandes, encorpadas e ricas em viscosidade, são colhidas quando atingem plena maturação e dependuradas em galpões ou ranchos por 15 dias, para a murcha acentuada, sendo então destaladas (separação das nervuras centrais) para formar a corda. O enrolamento exige de quatro a oito folhas, conforme a grossura desejada; o movimento de torsão é dado por duas pessoas. À medida que se forma, a corda é enrolada em um sarilho.
Durante um mês, o fumo é curado ao sol, passando de um sarilho para outro, enquanto se torce a corda, para escoar a água e as substâncias gomosas que formam o “mel”, e reduzir o diâmetro. Dependendo da grossura final (associação torcida de três ou mais cordas finas), o processo termina entre 60 e 90 dias.
Regiões produtoras
O Brasil, em 1986, produziu 387.357t de fumo (folhas secas). Existem no país três regiões distintas, que há muitas décadas iniciaram a diversificação nos fumos cultivados. Assim, os Estados do Sul são os grandes produtores nacionais de fumo para cigarros, com 81,7% da produção do país (Rio Grande do Sul, com 129.966t; Santa Catarina, com 156.953t; Paraná, com 29.522t).
O Nordeste dedica-se sobretudo à produção de fumos escuros, para charutos, contribuindo com 16,5% do total nacional (os principais Estados são Alagoas, com 43.837t e Bahia, com 14.147t). Os demais Estados (em particular Minas Gerais, com 3.822t; São Paulo, com 490t; e Goiás, com 284t) produzem fumo de corda, correspondendo a 1,8%. Essas regiões colocam o Brasil entre os quatro primeiros produtores mundiais de fumos, após a China, os EUA e a Índia.
Tabagismo
Uso abusivo do tabaco; intoxicação provocada por esse uso.
Os efeitos fisiológicos do tabaco devem-se em grande parte à nicotina. A intoxicação crônica pelo tabaco é provocado pelo efeito combinado do monóxido de carbono, de produtos irritantes (acroleína), de aminas com efeito farmacológico (nicotina), de alcatrões que contêm produtos cancerígenos. O tabagismo é a principal causa dos cânceres de pulmão e contribui para a aparição de cânceres da hipofaringe. Existe ainda uma relação entre o tabaco e os cânceres da bexiga, já que as substâncias cancerígenas contidas no fumo são eliminadas pela urina. A freqüência das doenças arteriais (coronarites, arterites dos membros inferiores) é duas vezes maior nos fumantes do que nos não fumantes.