Jogos Infantis: Os Ossinhos
            Brinquedos do Folclore Brasileiro

Cinco Marias (jogado com saquinhos)
O jogador lança os cinco ossinhos ao ar e tenta apanhar o maior número nas costas da mão direita. Passa-os para a mão esquerda à exceção de um único, que atira ao ar e tenta receber nas costas da mão direita (que o atirou), sob pena de perder a vez. Em seguida, apanha com a mão esquerda os que deixou cair na primeira jogada, depois de ter lançado de novo o ossinho e recebendo-o ao mesmo tempo nas costas da mão direita.
Estando colocados quatro ossinhos na mesa, o jogador apanha-os depois de ter lançado o quinto ao ar e antes de o ter apanhado. Depois executa as manobras seguintes, sempre fazendo este último gesto com a mão direita.
Coloca os quatro ossinhos sobre a mesa e volta-os um a um na palma; apanha-os e coloca-os de novo sobre a mesa, volta-os um a um nas costas e apanha-os. Faz o mesmo em relação aos dois outros lados a que se chama as palmas.
Terminado estes exercícios, o jogador tem de conseguir três jogadas mais difíceis.

Parelhas

Enquanto lança ao ar o quinto ossinho, como anteriormente, o jogador volta, com a mão esquerda, um, dois, três, depois quatro ossinhos ao mesmo tempo para o lado da palma.

O Passe

O jogador forma um círculo, colocando as pontas do polegar e indicador e dobrando os outros dedos, depois de ter lançado ao ar o quinto ossinho, apanhar um dos que estão colocados na mesa, passá-lo para o poço formado pela mão esquerda e agarrá-lo com a mão direita ao mesmo tempo que o outro ossinho.
Recomeçar a mesma manobra com os três ossinhos restantes.
O primeiro que terminar estas diferentes provas ganhou.
 

Os ossinhos são pequenos ossos provenientes da perna ou pata do carneiro. Reproduziram-se por vezes em marfim e, agora, são muitas vezes fabricados em gessos ou em plástico. Também podem ser substituídos por pedrinhas ou saquinhos de tecido com enchimento de areia ou grãos.
Utilizam-se cinco.
Pode ser jogado com dois a quatro jogadores.
Jogando Ossinhos na Grécia
Vaso grego, Museu Nacional de Nápoles
Os Gregos e os Romanos aprenderam provavelmente este jogo com os Egípcios que, inicialmente, utilizavam ossinhos para conhecerem o futuro.
Ao perderem o caráter sagrado, os ossinhos foram os instrumentos de um jogo de azar antes de se tornarem um jogo de destreza. A cada um dos seus lados, como ao dos dados, era atribuído um valor particular, mas algumas combinações davam mais do que o total dos pontos conseguidos.
Os Gregos eram seus adeptos apaixonados. Homero, na Ilíada, canta, por intermédio da sombra de Pátroclo, que Aquiles matou o filho de Anfidamas depois de ter discutido com ele durante uma partida de ossinhos. E Plutarco conta que o general ateniense Alcibíades, ainda criança e brincando no meio da rua, pediu a um condutor de carro que parasse a fim de poder apanhar os ossinhos que iam ser esmagados. Perante a recusa, a criança não hesitou em deitar-se atravessada no caminho, ordenando ao condutor que passasse sobre o seu corpo. O homem, aterrado, parou os cavalos.
Em Rodes, um tal Hegesiloco e amigos designavam como aposta das suas partidas de ossinhos a mulher de um dos seus concidadãos. O vencido comprometia-se deste modo, fossem quais fossem os riscos, a raptar a esposa indicada e a pô-la nas mãos do vencedor.
 
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Jogos de Salão / Martine Basset-Clidière, tradução de Ana Rabaça. Portugal: Publicações Europa-América, Ltda, 1991.
Cinco Marias (jogo dos ossinhos): ilustração de Heliana Brandão, publicada em O Livro dos jogos e das brincadeiras: para todas as idades / Heliana Brandão, Maria das Graças V. G. Froeseler. - Belo Horizonte: Editora Leitura, 1997.
Ilustração do Vaso Grego publicado no Dicionário do Folclore Brasileiro / Câmara Cascudo. - Rio de Janeiro: Ediouro Publica&ccediil;ões S.A. sem data
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